Um cidadão está andando calmamente, sem se preocupar muito com os passos, quando, de repente, é arremessado a alguns metros de altura, com um barulho ensurdecedor e uma sensação de total incompreensão com o que está se passando.
Poderia ser uma cena de guerra real ou de um filme, mas não. É uma cena que está virando quase cotidiana no Rio de Janeiro. Onde bueiros têm explodido com uma frequência que para um leigo em matéria de bueiros parece bastante desmedida.
Em 2007, quatro pessoas foram feridas durante uma explosão; Em 2010, um casal americano foi isolado por uma tampa de bueiro - testemunhas disseram à época que a mulher foi arremessada a cerca de oito metros de distância. Já em 2011, no dia 1º de abril, foram cinco vítimas; no dia 1º de junho não houve feridos, apenas labaredas de seis metros de altura; no dia 19 de junho, mais um ferido; e hoje mais dois bueiros explodiram, porém dessa vez sem vítimas.
No final de maio, o presidente da Light disse que ainda havia 130 bueiros na Zona Norte e na Zona Sul com risco de explosão. Mas, apesar do pedido de desculpas, as tampas continuaram voando.
Se o Rio já ostentava o estigma de cidade em guerra pelos tiroteios, agora conseguiu um adendo para o estereótipo: o campo está minado.