Páginas

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Os Zoutros

Se o Edmundo está recuperado ou não e se já pagou as "devidas" fianças não é o ponto principal da questão a meu ver.

O que me impressiona no caso é o que representa a justiça brasileira para os comuns e o que representa para as pessoas que têm algum destaque, seja financeiro ou midiático - normalmente o financeiro vem a reboque, seja como causa ou como consequência da exposição.

Nem me atenho aos casos de corrupção, porque esses são mais complexos e  menos táteis - apesar de não menos graves -, prefiro ficar com os crimes mais "rasos", como homicídio, por exemplo.

O jornalista Pimenta Neves, que assassinou a ex-namorada e confessou o crime, demorou onze anos para ser preso. Já Edmundo, culpado por homicídio culposo de três pessoas e por ferir mais três, foi condenado a quatro anos e meio de prisão em regime semi-aberto - que permite sair durante o dia desde que seja para trabalhar ou fazer algum curso profissionalizante.

Não sou grande partidário do regime prisional, muito menos do brasileiro, mas a discrepância entre quem tem sobrenome ou conta diferenciada em banco para quem não tem nenhum dos dois é absurda no nosso país.

A prisão é para os pobres e zés-ninguém... os Zoutros de que tanto se fala. Aos ricos e famosos cabe no máximo, digamos, uma advertência e uma conversa séria num canto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário