Uma semana depois de ter completado 56 anos, Jair Messias Bolsonaro, Deputado Federal pelo Partido Progressista (PP-RJ), teve uma entrevista sua veiculada pelo CQC que sacudiu os meios de comunicação e as redes sociais na internet. O Deputado federal fez declarações ofensivas aos homossexuais e aos negros.
Ele e seus filhos já correm para esclarecer que a pergunta teria sido mal entendida e que a resposta não era direcionada aos negros, mas sim aos gays, como se isso fizesse com que todos compreendessem a postura do deputado. Nas palavras de seu filho, Flavio Bolsonaro, que é deputado estadual, transparece com naturalidade que em sua opinião a frase direcionada aos gays não seria ofensiva. "Entendam, ele não tenha(sic) aquela opinião sobre negros, a resposta foi p/ pergunta 'se um filho seu tivesse um relacionamento gay'" - disse via twitter."
Bolsonaro já tinha ficado famoso por suas declarações polêmicas, como quando disse que defendia a tortura em alguns casos e quando pediu o fuzilamento de Fernando Henrique Cardoso pelas privatizações que fizera. Também já pediu o fechamento do congresso e chamou a deputada Maria do Rosário de "vagabunda" em discussão.
Ele não é um homem burro, pelo contrário, é extremamente inteligente e bem informado, porém é em mesmo grau desequilibrado, preconceituoso e radical. Mas defende uma parcela do eleitorado que é pouco representada; a dos militares. Com suas propostas de aumento de "soldo" e seus elogios ao corpo militar brasileiro, ele abarca um grande número de eleitores que ficaram em segundo plano na história recente do país. Quem quiser ouvir um pouco sobre os ideais do homem, vale conferir entrevista dada ao Jô há alguns anos atrás. Dá pra ver a irritação de Jô em alguns momentos, e saem algumas pérolas da conversa.
Mas o que mais intriga em todo esse imbróglio é algo que consta em suas atividades parlamentares recentes quando se visita sua página online: "COMISSÃO PERMANENTE: DIREITOS HUMANOS E MINORIAS: Suplente, 01/03/2011".
O homem, que, quando perguntado sobre se a polícia teria agido corretamente no Carandiru durante a chacina de 111 presos, disse que "perdeu-se a oportunidade de matar mil lá dentro", e que repetidamente se diz contra o homossexualismo, foi um dos escolhidos como suplente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias?
Que eu saiba, quem defende tortura, pena de morte e preconceito não tem muito a ver com direitos humanos ou com minorias...
Outra coisa curiosa é que na página inicial de Bolsonaro há um espaço com um link para o "Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT".
Ele, que tanto diz que é contra "esse ambiente promíscuo" em que Preta Gil supostamente viveria, está promovendo a cidadania e os direitos LGBT?
Espero que não usem isso como defesa contra as acusações de discriminação. Seria muita cara de pau.