Páginas

quinta-feira, 24 de março de 2011

Palmas e ressalvas à ONU - sobre o Irã

É notável a postura adotada pelo governo Dilma acerca dos Direitos Humanos até agora. Se comprometeu a rever as injustiças e o que ficou abafado após a ditadura, tem reforçado o discurso do direito das mulheres e agora uma novidade no quadro internacional trouxe mais um sopro positivo para a equação: o voto no Conselho de Direitos Humanos da ONU a favor da investigação do Irã.

O país persa vem sendo criticado pela conhecida repressão à oposição e pelo crescimento das penas de morte, dai surgiu a votação. Mas apesar de a embaixadora brasileira presente no Conselho, Maria Nazareth Farani Azevedo, ter minimizado o voto, fica claro que houve, sim, uma mudança de postura. Enquanto Lula passava como quem não via por críticas mais contundentes ao Irã, a política externa brasileira atual leva muito mais em conta os direitos humanos do que seu antecessor.

Palmas e ressalvas...

O escritório de Direitos Humanos da ONU diz que o Irã não coopera com informações desde 2002, dai as palmas para a iniciativa da investigação. Porém é sabido que os EUA, e alguns acompanhantes seus, buscam a todo custo uma brecha para investigar as atividades nucleares iranianas há algum tempo, e o pedido da criação de um posto de investigador partiu da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, em discurso feito mês passado.

O pedido foi feito alguns dias após os EUA aprovarem mais sanções ao Irã por conta de suas atividades nucleares. E dai vêm as ressalvas.

Podem ser só especulações, mas é bom que fiquem de olho no que realmente está sendo dito nessa votação. Pois, apesar de ser importante uma transparência internacional quando se tratam de assuntos nucleares, mais importante ainda é a transparência dos objetivos reais dos Conselhos da ONU.

Nenhum comentário:

Postar um comentário