É notável a postura adotada pelo governo Dilma acerca dos Direitos Humanos até agora. Se comprometeu a rever as injustiças e o que ficou abafado após a ditadura, tem reforçado o discurso do direito das mulheres e agora uma novidade no quadro internacional trouxe mais um sopro positivo para a equação: o voto no Conselho de Direitos Humanos da ONU a favor da investigação do Irã.
O país persa vem sendo criticado pela conhecida repressão à oposição e pelo crescimento das penas de morte, dai surgiu a votação. Mas apesar de a embaixadora brasileira presente no Conselho, Maria Nazareth Farani Azevedo, ter minimizado o voto, fica claro que houve, sim, uma mudança de postura. Enquanto Lula passava como quem não via por críticas mais contundentes ao Irã, a política externa brasileira atual leva muito mais em conta os direitos humanos do que seu antecessor.
Palmas e ressalvas...
O escritório de Direitos Humanos da ONU diz que o Irã não coopera com informações desde 2002, dai as palmas para a iniciativa da investigação. Porém é sabido que os EUA, e alguns acompanhantes seus, buscam a todo custo uma brecha para investigar as atividades nucleares iranianas há algum tempo, e o pedido da criação de um posto de investigador partiu da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, em discurso feito mês passado.
O pedido foi feito alguns dias após os EUA aprovarem mais sanções ao Irã por conta de suas atividades nucleares. E dai vêm as ressalvas.
Podem ser só especulações, mas é bom que fiquem de olho no que realmente está sendo dito nessa votação. Pois, apesar de ser importante uma transparência internacional quando se tratam de assuntos nucleares, mais importante ainda é a transparência dos objetivos reais dos Conselhos da ONU.
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